Skip to main content

Segundo mapeamento realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), mais de 1,5 bilhão de estudantes foram afetados pela paralisação das aulas no mundo.

Para a educação, o isolamento social tem colocado novos desafios: adaptar a metodologia de ensino e aprendizagem para professores e alunos agora em casa, por tempo indeterminado. E incentivar o uso de plataformas e ferramentas digitais quando a conectividade ainda apresenta acesso desigual no Brasil e no mundo.

Enquanto não é seguro retomar a convivência nas escolas, discute-se sobre ensino à distância (EAD) e acesso a plataformas e ferramentas digitais. Em webinar organizado pela ONG Todos Pela Educação e pelo Banco Mundial, a conselheira do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro, comenta que para traçar estratégias efetivas para esse momento de pandemia, é necessário compreender a fundo as condições socioeconômicas e o acesso a recursos tecnológicos dos alunos.

A começar pela inclusão digital que não é igual para todos os brasileiros e regiões. Segundo o levantamento do IBGE, 69,8%  dos brasileiros possuem acesso à internet; com grande concentração no Sudeste do país. Levando em consideração os preços, capacidade dos planos de celular e conhecimento, a experiência virtual é limitada também por classe social. A conectividade dificuldade o acesso a propostas como videoaulas online, plataformas digitais e aplicativos com atividades e exercícios. No entanto, essa desigualdade também afeta outros países do mundo. Entre as novas políticas educacionais e estratégias para minimizar a baixa conectividade, há referência do uso televisão como maior mecanismo de difusão do conteúdo de aula; utilização do rádio para zonas mais isoladas, envio de kits para aprendizagem em casa engajando as famílias sem conectividade.

 

COMO AS ONGS ESTÃO SE MOBILIZANDO

Pilares importantes para ampliar o acesso à educação formal e voltada para o desenvolvimento humano e criativo, as ONGs com foco educacional têm procurado diversas formas para se adaptarem a nova configuração do período de quarentena. Confira algumas ações:

TODOS PELA EDUCAÇÃO: Para apoiar o engajamento e vínculo nas famílias,  a ONG lançou a iniciativa #ConversarFazBem. Uma série de perguntas compartilhadas nas redes sociais para ajudar a disparar conversas, estimulando uma maior interação das famílias as crianças e jovens que estão em casa.

LABORATÓRIO DA EDUCAÇÃO: O Labedu disponibiliza conteúdos para crianças de 0 a 10 anos, voltados à mediação do aprendizado dentro e fora da escola. São materiais diversos entre textos, livros, jogos e sugestões práticas.

AFESU: A ONG que trabalha na formação educacional e profissional de mulheres, mantém atividades diariamente no ambiente digital. Plataformas como o Google Classroom, o Moodle e até mesmo o Facebook estão sendo usadas para lives, atividades e interação entre alunas e instrutoras; e até a criação de uma olimpíada educacional digital. A campanha “A educação não pode parar” está arrecadando doações

INSTITUTO CRIAR:  A ONG, que promove o desenvolvimento profissional e sociocultural de jovens por meio do audiovisual. Juntou-se com a Casa do Povo, Teatro de Conteiner e Instituto Mauá – iniciativas vizinhas do Criar no bairro do Bom Retiro, em São Paulo – para arrecadar recursos destinados a projetos que têm atuado no combate ao coronavírus. O Criar tem promovido lives e conversas com profissionais que atuam em produções audiovisuais.

INSTITUTO CONSTELAÇÃO: Professores da ONG localizada em Recife, no Pernambuco, estão fazendo vídeos pedagógicos e enviando via WhatsApp para pais e responsáveis dos estudantes. O instituto tem distribuído alimentos não perecíveis, leite, produtos de higiene e materiais de estudo para as famílias atendidas.

INSTITUTO PONTE: A ONG atende 152  adolescentes de baixa renda do Espírito Santo e tem feito aulas via videoconferência, além de bate papos e encontros online entre alunos e equipes pedagógicas. Conteúdos informativos sobre a Covid-19 produzidos pelos alunos estão sendo apresentados nas redes sociais.

OCA: A escola cultura promove educação por meio da cultura para crianças e adolescentes na Aldeia de Carapicuíba e entorno, em São Paulo. A equipe da OCA tem trabalhado de casa, realizando atividades e atendimentos aos seus alunos e suas respectivas famílias. Estão arrecadando doações para compra de kits com cestas básicas e produtos de higiene. A meta é  entregar cerca de 300 cestas para as famílias da região.

TERRA LIVRE: Atende crianças e adolescentes em situação de risco no município de Aparecida de Goiânia, Goiás.  A ONG tem oferecido orientação e suporte psicológico ao público atendido. Também estão arrecadando doações  para comprar cestas básicas. Até o momento, 62 famílias já receberam cestas.

PROJETO UERÊ: Oferece ensino de qualidade para crianças e jovens da Favela da Maré, no Rio de Janeiro. A ONG divulgou que tem recebido doações de alimentos e dessa forma tem feito cestas básicas para famílias dos alunos que se encontram em situação precária.

 

Por Jenifer Lima e Lucas Lima